ESG: uma baliza no setor de mineração

Por Conexão Mineral 30/05/2023 - 22:09 hs
Foto: Telf
ESG: uma baliza no setor de mineração
Rick Oliveira, diretor global de Relações Institucionais da Telf

Por Rick Oliveira* 

ESG tornou-se uma verdadeira baliza para medir a sustentabilidade das empresas e sua capacidade de gerar valor em longo prazo. Tais práticas são hoje uma ferramenta importante para avaliar oportunidades e identificar quais organizações estão, de fato, comprometidas com modelos mais sustentáveis de negócios. Chegamos ao ponto em que é impossível pensar em lucratividade sem considerar o impacto no meio ambiente, na sociedade e na governança corporativa. 

Embora a conscientização sobre a importância da estratégia de ESG esteja aumentando em todo o mundo, obviamente existem alguns setores que ainda têm sido mais conservadores em relação à sustentabilidade. Felizmente, essa mentalidade vem mudando: é possível observar diferentes iniciativas para garantir processos mais sustentáveis e socialmente responsáveis. 

No setor de mineração, por exemplo, são inúmeras as preocupações relacionadas às condições de trabalho e à segurança dos trabalhadores. Mas a evolução não para por aí. Empresas estão enxergando que o desenvolvimento das comunidades localizadas nos entornos representa uma oportunidade para fazer seu trabalho reverberar positivamente. 

Por exemplo, ao apoiar os produtores que necessitam de incentivo para se desenvolver, por meio de investimentos voltados para as necessidades primárias da região (como pontes, painéis solares e até telecomunicação), é possível estabelecer uma relação de parceria com as pessoas que vivem no local, para depois crescer os negócios. 

Vale lembrar que o Brasil é a maior economia da América Latina e possui grande potencial para que negócios possam expandir suas operações. A população do país, composta por mais de 214 milhões de pessoas, representa uma base consumidora muito relevante – o que chama a atenção das grandes companhias. Sem falar nos recursos naturais encontrados aqui, que tornam o país ainda mais atrativo. 

Além disso, o Brasil é um país carente de infraestrutura em muitos estados, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Criar ações para o desenvolvimento da infraestrutura de uma comunidade é desafiador porque passa por dos pontos nevrálgicos das ações de ESG: a comunicação e a transparência com a sociedade. As empresas que tiverem mais habilidade nessa esfera serão mais bem sucedidas e certamente encontrarão mais portas abertas, afinal, o diálogo é capaz de aproximar e provocar reflexões a respeito dos benefícios do setor. 

Hoje, já existem muitas pesquisas indicando que a preocupação das organizações em aderir a abordagens inovadoras. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as mineradoras ampliaram em 85% seu engajamento à agenda ESG, o que inclui o incentivo à presença de mulheres e de pessoas com deficiência nas empresas nas empresas e a metas importantes como a de elevar em 53% o investimento em P&D Tech até 2030 e em 15% o consumo de energia junto a fontes renováveis. 

Há muitas oportunidades no Brasil e a expectativa é que, nos próximos anos, as comunidades sejam beneficiadas por iniciativas que atendam seus interesses. Seja por conta do E (Environmental), do S (Social) ou do G (Governance), estou seguro de que veremos muita evolução no segmento. É uma questão de investimento e olhar para o coletivo. 

(*) Rick Oliveira é diretor global de Relações Institucionais da Telf